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História(s)

 

 

 

 

 

 

 

Sabiam que, no final dos idos anos 80, só existia cerca de uma centena de surfistas (na totalidade) na Costa da Caparica, os quais se dividiam em dois grandes grupos, o grupo da praia do CDS, que também surfava na Praia Nova, e o grupo da Praia do Norte/São João? 
O ‘crowd’ (número de surfistas que se juntam em determinado pico) era coisa inexistente e muitas vezes os surfistas locais de São João iam para a Praia Nova para não surfarem sozinhos. 
Todos se conheciam pelo nome. A esmagadora maioria era oriunda de Lisboa e chegava á Costa da Caparica via carreira 153 da Praça de Espanha com episódios para contar. 
O género musical Heavy Metal imperava e as picardias entre ‘dread metals’ e surfistas (alguns da banheira) durante o percurso até à Caparica era constante. 
Também sabiam que só era permitido surfar legalmente na praia do CDS e que, nas outras praias, mal os surfistas avistavam o cabo do mar no pontão saiam da água e escondiam-se nas rochas dos pontões com as pranchas à frente para não serem multados?
Sabiam ainda que, entre surfadas, o responsável pela Associação de Surf da Costa da Caparica (ASCC) e pelos melhores hambúrgueres gourmet da Caparica, o Miguel Gomes do Marcelino Beach Club, era exímio recolector das sandwiches dos amigos mais próximos ? 
Tantas histórias para contar. Espero pelos vossos contributos.

 

(a partir de entrevista realizada a Pedro 'Flappy' Frederico ; foto gentilmente sacada ao mural da ASCC)


 

 

 

 

 

 

 

No tempo em que o 'Zézinho' Lafuente era rei em São João, o João ‘Janita’ Alves entubava na Praia Nova com uma ‘twin fin’ e o João ‘Joãozinho’ Cortez organizava os primeiros encontros de surf na Caparica (1983/84), um dos nossos primeiros fotografados, o Rui ‘Índio’ Alves, foi apanhado com o Paulo Soviético, o Miguel ‘Sapinho’ Figueiredo e o José Vaz perto do mítico ponto de encontro de surfistas da Praia Nova. 
Creio podermos afirmar que estes são alguns dos elementos da primeira geração do surf na Caparica e mestres do ‘free surf’. Sem olhar às condições meteorológicas, ao tamanho do mar ou ao facto de demorarem 3 horas para chegarem ao pico, o que realmente lhes interessava era a sensação única de estar dentro de água, aquele momento em que a ‘alma’ se eleva não sabemos muito bem para onde e tudo faz sentido. 
Só uns anos mais tarde, quando os que ainda eram miúdos e mascotes destes primeiros aventureiros começaram a surfar - o João Antunes, o Flappy, o Matta, o Zé Paulo, o Hugo Zagalo e tantos outros - surgiram as primeiras associações de surf e organizaram-se os primeiros campeonatos com carácter mais profissional. Também começaram a surgir as primeiras rivalidades entre os que frequentavam as diversas praias caparicanas. 
Mas isso fica para outras calendas.

(fotos gentilmente sacadas aos murais de Paulo Soviético e Margarida Carrasco)

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