O final da década de 80 na Caparica caracterizava-se por praias sem 'crowd'. Eram os anos em que os jovens iniciavam a prática do surf envergando um colete, não por questões de segurança mas para enfrentarem a temperatura da água, enquanto juntavam dinheiro para adquirir o primeiro fato de neoprene.
Mas também eram os tempos em que as pequenas mossas nas pranchas eram reparadas em casa com uma seringa e resina, o primeiro fato que se conseguia ficava sempre largo e as incursões à praia do Norte, na Nazaré, faziam parte do 'ser surfista'. 
Já na década de 90, a 'search' (procura da onda ideal) e o espírito 'soul surfer' (surfista de corpo e alma que age para alcançar a comunhão entre si e o ambiente/elemento água) assumem um carácter preponderante e o automóvel, forma de deslocação mais rápida nessa procura, surge como necessidade imperiosa. 
Por hoje é tudo. Espero por mais histórias vossas.

(fotos gentilmente cedidas por Paulo 'Soneca', nas quais constam Nuno 'Espuma' e o bodyboarder Élio Dias).